quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Povo formiga


 

Povo formiga.

Um povo com existência de formiga, que despreza o tempo
o do relógio e o do sol.
Regula a sua rotina diária pela luz solar e
a cadência das estações, regulam os ciclos anuais das sementeiras e das colheitas.
Azáfama diária… os animais dependentes assim o ditam.
Não existe o tempo dos anos que pesam, apenas o tempo de fazer!
De geração em geração, este é o tempo que o povo formiga transmite aos seus.
Uma existência de formiga, feita de pequenos grandes feitos.
Povo envelhecido, esquecido e esmagado... até!
Povo arredado do tempo que corre e voa... até!

 
 
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Conquista






















Livre não sou, que nem a própria vida 
Mo consente. 
Mas a minha aguerrida 
Teimosia 
É quebrar dia a dia 
Um grilhão da corrente. 

Livre não sou, mas quero a liberdade. 
Trago-a dentro de mim como um destino. 
E vão lá desdizer o sonho do menino 
Que se afogou e flutua 
Entre nenúfares de serenidade 
Depois de ter a lua!

Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'






domingo, 22 de janeiro de 2012

Vida






Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.

Vida –Augusto Branco



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Teimoso aventureiro da ilusão


Teimoso aventureiro da ilusão, 
Surdo às razões do tempo e da fortuna, 
Achar sem nunca achar o que procuro, 
Exilado 
Na gávea do futuro, 
Mais alta ainda do que no passado. 


Miguel Torga, in 'Diário X'