Evolução
Fui rocha em
tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou
ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei,
quebrando-me na aresta
Do granito,
antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera
talvez, buscando abrigo
Na caverna
que ensombra urze e giesta;
O, monstro
primitivo, ergui a testa
No limoso
paúl, glauco pascigo...
Hoje sou
homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus
pés, a escada multiforme,
Que desce,
em espirais, da imensidade...
Interrogo o
infinito e às vezes choro...
Mas
estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro
unicamente à liberdade.
Antero de Quental, in "Sonetos"
Olá Sight.
ResponderEliminarNão posso responder pelo amigo Argos, mas atrevo-me a dizer que ele vai adorar a prometida imagem!
Eu gostei muito dessa aridez da serra, dos ramos nus estendidos em direcção ao infinito, e da excelente escolha desse soneto de Quental, reproduzindo o sentimento da foto.
Parabéns!
Será que posso deixar um beijo?
Se sim, já cá fica.
Olá Sight,
ResponderEliminarFiquei feliz ao entrar aqui!
Como a JAnita já escreveu, gostei muito da fotografia.
Curiosamente, é nestas paisagens agrestes que eu sinto a liberdade.
Óptima escolha do poema.
Abraço grande e obrigado!
Olá Janita.
ResponderEliminarNestas minhas publicações, é verdade que tento a combinação das imagens e dos textos. Mas o importante é que tudo isto me proporciona momento agradáveis…. Agora imagine como fico quando me dizem que gostam da publicação! Muito bom...
O beijo fica pois claro e é bem-vindo. Orvalho neste deserto.
Olá Argos,
ResponderEliminarÉ sempre com muita alegria que recebo as suas visitas.
Fico muito contente, que a esta singela publicação lhe tenha causado essa energia positiva.
Como sabe, percorro há alguns anos as serranias e montanhas e sendo um ser urbano, nestas paisagens, também eu sinto esse batimento forte da liberdade.
Abraço grande.