Nem paz nem felicidade se recebem dos outros nem aos outros
se dão.
Está-se aqui tão sozinho como no nascer e no morrer; como de um modo
geral no viver, em que a única companhia possível é a daquele Deus a um tempo
imanente e transcendente e a dos que neles estão, a de seus santos. Felicidade
ou paz nós as construímos ou destruímos: aqui o nosso livre-arbítrio supera a
fatalidade do mundo físico e do mundo do proceder e toda a experiência que
vamos fazendo, negativa mesmo para todos, a podemos transformar em positiva.
Para o fazermos, se exige pouco, mas um pouco que é na realidade extremamente
difícil e que não atingiremos nunca por nossas próprias forças: exige-se de
nós, primacialmente, a humildade; a gratidão pelo que vem, como a de um ginasta
pelo seu aparelho de exercício; a firmeza e a serenidade do capitão de navio em
sua ponte, sabendo que o ata ao leme não a vontade de um rei, como nos
Descobrimentos, mas a vontade de um rei de reis, revelada num servidor de
servidores; finalmente, o entregar-se como uma criança a quem sabe o caminho.
De qualquer forma, no fundo de tudo, o que há é um acto de decisão individual,
um acto de escolha; posso ser, se tal me agradar, infeliz e inquieto.
Olá, Sight.
ResponderEliminarSempre admirei imenso o Professor Agostinho da Silva, o nosso único filósofo, desde o tempo das suas palestras televisivas.
Já publiquei também alguns dos seus admiráveis textos no meu blog.
Li e reli este, e há partes com as quais não comungo inteiramente. Certo que temos o livre arbítrio de escolher o caminho que queremos percorrer. A felicidade e a paz só a poderemos sentir se elas vierem do nosso âmago e não trazidas pelos outros, do mundo exterior.
Mas, como poderemos ser felizes se virmos sofrer aqueles que amamos ou vivermos num país cujo regime político for repressor dos direitos mais elementares do ser humano?
A filosofia, ensina-nos como viver melhor em harmonia com a aceitação daquilo que se tem, mas nem sempre isso é possível quando o que se tem nos coarta o direito a sermos inteiros.
Bom, adiante! A foto da serra coberta de neve deve ser recente, mas a outra faz-me suspirar pele desejada primavera. Ambas são uma dádiva da mãe natureza. Penso que não deve ser difícil sentirmo-nos em paz e serenos quando se respira essa quietude.
Um beijo e se vive por aí, agradeça a Deus essa tranquilidade!:)
Janita
Olá Janita,
ResponderEliminarSurpreendido pela atenta leitura!… Estou em dívida!
Concordo com as situações que menciona… Mas o texto aqui está, para ser apreciado no seu todo e à luz das mais diversas candeias!
Vou tentar explicar à luz da minha…
Deste texto retive básicamente duas frases: Nem paz nem felicidade se recebem dos outros nem aos outros se dão. E Felicidade ou paz nós as construímos ou destruímos.
Estas frases despoletaram a ideia base deste “Escolher a Felicidade”onde as minhas fotos, representam de alguma forma as dificuldades a transpor.
Obrigado pela visita e pelo seu comentário.
Um beijo tranquilo
SIght
Olá Sihgt,
ResponderEliminarGostei muito destas fotos ( sobretudo a primeira) e do texto que a acompanha.
Abraço grande
P.S. Por vezes, só por vezes conseguimos ser felizes através dos outros.
@Argos,
ResponderEliminarOlá amigo. A primeira foto remete a minha memória lá para as bandas de Soalhães.
Em plena caminhada invernosa, boa gente nos acolheu na sua cozinha, junto à lareira e ainda partilhou um cafezinho feito em púcara de barro!
A felicidade podem ser estes momentos tão simples!
Abraço