Era como se tivessem saltado por cima do árduo calvário da
vida conjugal e tivessem entrado directamente e sem mais delongas no amor.
Seguiam em silêncio como dois velhos esposos escaldados pela vida, para lá das
armadilhas da paixão, para lá das trapaças brutais das ilusões e dos reflexos
dos desenganos: para lá do amor. Pois tinham vivido juntos o suficiente para se
darem conta que o amor era amor em qualquer tempo (....)
Márquez, Gabriel García. O Amor nos Tempos de Cólera
Olho a simplicidade tão bela das imagens, leio o extracto que faz parte do final de um romance de GGM, de quem já lhe havia falado, em tempos, e sinto-me duplamente emocionada!
ResponderEliminarAfinal, o Zé Carlos sempre leu o livro, como me havia prometido! As imagens e o título que escolheu, têm tudo a ver com aquilo que lhe disse na altura!
Fermina e Florentino, saltaram por cima do tempo e viveram aquele amor adiado durante uma vida.
" Pois tinham vivido juntos o tempo suficiente para se darem conta que o amor era amor em qualquer tempo (....) ,
mas tanto mais denso, quanto mais perto da morte (...)
Assim foi! Como deve saber - uma vez que leu o livro - a parte que mais me impressionou, foi quando o Comandante do barco, já cansado daquele vai-vem sem destino e sem fim, perguntou por quanto tempo mais continuaria a viagem;
A resposta de Firmino foi peremptória: " Até à nossa morte"...e a seguir, como que a reforçar a sua determinação,
soltou um palavrão! :) Na edição que tenho o livro termina assim. Desconheço se acontece o mesmo em edições mais recentes. Por exemplo, no filme, a história perde muito da beleza que as palavras nos transmitem.
Por aqui me fico, pedindo que me perdoe a extensão deste comentário.
Felicito-o, pela beleza e bom gosto das fotos, ZéCarlos, aliadas perfeitas a esse 'Saltar por Cima' do tempo que tem sempre tempo!
Nunca podemos prever o que a vida nos reserva. Mesmo num Amor que passe por Tempos de Cólera!
Até essa florzinha, que me parece um lírio, saltou o muro e ficou mais perto de nós.:-)
Beijos meus.
Janita.
* Quero corrigir o nome do personagem, que se chamava 'Florentino' e não Firmino! Isto já é o sono a fazer das suas, mas tinha que escrever hoje, amanhã, ou melhor, mais logo poderia não ter tempo!
Eliminar:-))
Olá Janita,
EliminarSim, li o livro que alguém especial me ofereceu ;)
Magnífica e poderosa leitura. As voltas de uma vida que trocam as voltas de um amor. Singelo amor de toda uma vida, mitigado com desamores do momento.
A flor entre as flores.
Quanto ao inesperado final, na 24 Edição diz assim:
“Florentino Ariza tinha a resposta preparada há já cinquenta e três anos, sete meses e onze dias com todas as suas noites.
-Toda a vida – disse.”
As flores. Nas fotos aparece uma flor aparentemente frágil e digo aparentemente, pois cresce em locais e terrenos inóspitos. O que só acresce beleza a esta flor, conhecida por Quita Merendas ou, cientificamente, Merendera Montana .
Abraço meu
Boa noite, ZéCarlos.
EliminarA flor da foto,também me transmitiu força e determinação. Mais até do que fragilidade.
Não sei se foi acaso ou houve da parte do ZéCarlos a intenção de escolher essa Merendera Montana para ilustrar a determinação do amor de Florentino Ariza.
De qualquer modo, foi uma união muito feliz.
Obrigada, ZéCarlos, pela simpatia e por nos enriquecer com os seus conhecimentos, nesta interacção preciosa.
Um abraço amigo!
Janita
É um livro inspirador e mágico, mas também real... Um tratado muito terno sobre o amor e o casamento. Muito bem escolhido.... e as fotos estão magníficas. Obrigada por partilhares :))
ResponderEliminarOlá Marília,
EliminarBoa amiga sempre presente e atenta.
O livro é efectivamente especial... uma visão muito especial dos meandros do amor e casamento.
Obrigado por aqui deixares o teu comentário.