sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Abrir a janela


Não basta abrir a janela 
Para ver os campos e o rio. 
Não é bastante não ser cego 
Para ver as árvores e as flores. 
É preciso também não ter filosofia nenhuma. 
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas. 
Há só cada um de nós, como uma cave. 
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; 
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, 
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.


Alberto Caeiro,  in Poemas Incompletos 





6 comentários:

  1. gosto muito destas janelas!
    belas fotos!

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    1. Obrigado Tétis,
      Janelas abertas de par em par para o horizonte!
      Gosto destas suas visita ao Recantos.
      Beijo meu

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  2. Estas janelas não necessitam ser abertas para ver o que que passa lá fora. Preciso é, que o coração não esteja fechado e que a filosofia, ou seja, as ideias preconcebidas, não restrinjam o sonho daquilo que se vislumbra para além delas....como essa flor linda, que a Natureza deu vida e fez nascer no meio do nada.

    Excelentes fotos, ZéCarlos.

    O poema do heterónimo de Pessoa, foi a escolha perfeitamente adequada a elas...

    Um abraço meu! :)

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    1. Olá Janita,
      A sua leitura do post é perfeita... fico com um sorriso de orelha a orelha, feliz.
      Obrigado
      Abraço meu :)

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Peço desculpa, Zé Carlos, mas ao ler o comentário anterior achei que não fazia sentido.
      Pelo menos, para mim, neste momento.

      Um beijo.

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